domingo, 21 de março de 2010

Tratamento

A forma de tratar a apneia varia conforme a gravidade do caso. Perder peso, deixar de dormir com a barriga para cima e evitar o álcool ajudam bastante, mas nem sempre as medidas são suficientes. Para certos pacientes, a indicação é de um aparelho oral, feito pelo dentista, que posiciona melhor a mandíbula e a língua durante o sono. A cirurgia também pode ser necessária, mas tem sido cada vez menos indicada por seu caráter invasivo e resultados nem sempre satisfatórios. Já os casos mais graves exigem o uso de máscaras, chamadas de CPAPs, que emitem uma corrente de ar contínua.



Até começar a trabalhar para um fabricante de equipamentos para apneia, o analista de sistemas Marco Rossi nem desconfiava que tinha o problema. Quando leu sobre o assunto, viu que os sintomas eram conhecidos e decidiu fazer um exame de polissonografia. O resultado assustou: ele chegava a ter 48 pausas por hora e, em alguns momentos, ficava até 30 segundos sem respirar.
A ideia de dormir com uma máscara pode ser aterrorizante, mas Rossi garante que em poucos dias o usuário nem se dá conta de que está usando. Ele conta que sentiu muito incômodo no início, mas logo se adaptou. Depois de dez dias ele já se recusava a ficar sem o aparelho, mesmo ao viajar, porque o impacto na qualidade de vida era marcante: “A sonolência e a irritabilidade sumiram, o rendimento no trabalho aumentou e até a convivência com a minha a mulher ficou melhor”, comemora.
Quem desconfia de apneia deve procurar um pneumologista, ou, de preferência, um especialista em medicina de sono. Geraldo Lorenzi Filho, do Laboratório do Sono do Incor, explica que a área ainda é recente no país, por isso muitos clínicos não têm informação e o problema é subdiagnosticado. “Médico tem dificuldade de aprender o que ele não viu na faculdade”, brinca.
Outra questão delicada é que, mesmo após a publicação de inúmeros estudos que comprovam os riscos de não se tratar a apneia, o Sistema Único de Saúde (SUS) e os convênios médicos continuam sem custear as máscaras. Ou seja: além de ouvir do médico que terão de dormir com o apetrecho, os pacientes precisam pagar de R$ 1.200 a R$ 4.000 pelo equipamento, ou alugá-lo.

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