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© image/jpeg Grupo de amigos bebendo em um bar |
No estudo, publicado no periódico científico BMJ Open, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade de New South Wales, na Austrália, analisaram o consumo de álcool de mais de 4 milhões de homens e mulheres ao longo de um século. Historicamente, os homens consomem entre 2 e 12 vezes mais álcool do que as mulheres. No entanto, essa diferença diminuiu tanto no últimos anos que alguns especialistas chegam a dizer que hoje as mulheres bebem mais do que os homens.
A tendência, conhecida como ‘convergência sexual’, é evidente principalmente em pessoas mais jovens. Entre 1891 e 1910, os homens eram duas vezes mais propensos a consumir bebidas alcoólicas do que as mulheres e corriam três vezes mais risco de desenvolver problemas como alcoolismo ou que causem danos à sua saúde. Porém, entre 1991 e 2000 essa diferença praticamente desapareceu. Nesse período a taxa de predisposição dos homens beberem mais do que as mulheres caiu para apenas 1,1 vez e de problemas relacionadas ao uso abusivo da substância para 1,2 vezes.
“O consumo de álcool e os distúrbios relacionados a ele historicamente são vistos como fenômenos masculinos. Esse novo estudo questiona essa premissa e sugere que as mulheres, principalmente as mais jovens, devem ser alvo de esforços para redução do impacto do uso de substâncias e de seus efeitos nocivos”, escreveram os autores.
Segundo especialistas ouvidos pelo jornal britânico The Guardian, o consumo de álcool pelas mulheres aumentou por uma série de razões. Por exemplo, aquelas que passaram a ocupar cargos que antes eram exclusividade dos homens juntaram-se a eles na incorporação do happy hour às suas rotinas. Outros fatores são a queda do preço das bebidas alcoólicas e o surgimento de bebidas mais doces – que as mulheres preferem – e de campanhas de marketing direcionadas exclusivamente para elas.
“Desde 1950 nós observamos um aumento no consumo de álcool pelas mulheres. O consumo de bebidas em casa têm aumentado continuamente e como o álcool é tão barato e encontrado facilmente tornou-se um básico das compras do dia a dia. Também vimos um esforço da indústria em comercializar produtos e marcas específicas para mulheres.”, disse Emily Robinson, diretora de campanhas da ONG britânica Alcohol Concern.
Emily ressalta o fato de que as pessoas geralmente não percebem quando o consumo de álcool ultrapassa o limite entre apenas algo para um momento de prazer e se torna um hábito. “As mulheres fazem ‘a hora do vinho’ quase todas a noites. Beber muito, frequentemente, pode acarretar problemas de saúde físicos e mentais futuros e as pessoas não percebem o quanto é fácil passar por cima dos limites recomendados”, alerta.
O principal problema das mulheres beberem tanto quanto os homens é que seus organismos são diferentes e o corpo das mulheres não tolera o álcool tão bem quanto o dos homens. O corpo feminino tem menos água, o que faz com que o álcool fique mais concentrado em seu organismo. Elas também têm fígados menores do que os homens, o que torna mais difícil a metabolização da substância de forma segura.
Em 2010, as doenças relacionadas ao consumo de álcool resultaram em cerca de 5 milhões de mortes em todo o mundo. Estima-se que elas foram responsáveis por mais de 161 milhões de anos de vida perdidos.
Arquivado em:Saúde
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