segunda-feira, 29 de março de 2010

Massagem melhora o sono e o sistema gastrointestinal do bebê

Tudo começou nos anos 70, quando o francês Frederick Leboyer descobriu uma jovem mãe paralítica, na Índia, massageando seu bebê com o que seria uma técnica milenar. O nome da mulher era Shantala, nome escolhido pelo médico para divulgar o método no Ocidente.
Hoje, a Shantala atrai mulheres no mundo todo, interessadas em aplicar os benefícios comprovados da massagem em seus filhotes. "A técnica fortalece o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê, além de promover o relaxamento, melhorar o padrão de sono e até o sistema grastrointestinal da criança", garante a enfermeira Maria das Graças Barreto, que ensina a prática na Universidade Federal de São Paulo, em São Paulo.
Segundo ela, há estudos que mostram que a massagem acelera o ganho de peso dos bebês prematuros em ambiente hospitalar, uma prova do quanto o contato é importante para a saúde da criança.
Em geral, são as mulheres que procuram o curso, embora a técnica também possa ser empregada pelos pais. "O importante é que seja criado um ritual, ou seja, a massagem deve ser feita todos os dias, no mesmo horário", recomenda a enfermeira. Se o bebê não estiver com vontade, no entanto, o conselho é obedecer e tentar mais tarde. "Tem que ser uma relação de respeito; aos poucos, até a comunicação com a criança melhora", conta.
Em uma sessão de fotos para o UOL Ciência e Saúde, uma das alunas da enfermeira, Jessica Aparecida Brito Prado, mostra os movimentos da Shantala aplicados ao seu filho Ryan, de 3 meses.
Antes de aprender a técnica, escolha um ambiente tranquilo, com luz suave, e aquecido de forma confortável. Pode-se colocar uma música relaxante para completar o clima. Antes de começar a manipular o bebê, vale aquecer a mão com água morna, para aumentar o conforto no primeiro toque. E, para facilitar o deslizar sobre a pele, utilize um pouco de óleo vegetal (exceto quando a massagem for no rosto).

domingo, 21 de março de 2010

Mais de 85% das pessoas com apneia do sono não sabem que têm a doença

Você acorda com a sensação de que não dormiu nada, mesmo após oito horas na cama, como manda o figurino? É possível que você não respire bem à noite, e nem perceba. Neste Dia Mundial do Sono (19), especialistas alertam para uma estimativa preocupante: de 85% a 90% das pessoas que sofrem da síndrome da apneia obstrutiva do sono não sabem que têm a doença. E o pior: cada vez mais estudos mostram que ela aumenta o risco de diabetes, hipertensão, derrame e infarto.
A síndrome é caracterizada por pausas repetidas na respiração durante a noite. Isso acontece porque as vias aéreas são obstruídas pelos tecidos da região da garganta. A obesidade e o consequente acúmulo de gordura no pescoço aumentam a predisposição ao problema, mas há outros fatores de risco, como aumento das amídalas e das adenoides e consumo de bebidas alcoólicas.
Como resultado, o ar não consegue chegar até os pulmões, os níveis de dióxido de carbono no sangue aumentam e o sono é interrompido, mesmo sem a pessoa perceber. Muitas vezes, quem nota é o parceiro, que ouve a irregularidade no ronco, ou o som da inspiração mais forte após a pausa sem respirar. Mas nem todos os roncadores sofrem de apneia, é importante esclarecer

Os sintomas mais comuns da apneia do sono são:
- sonolência diurna excessiva (em alguns casos, a pessoa chega a adormecer no trânsito ou quando está em uma reunião de trabalho)
- sono agitado e sem descanso (a pessoa acorda diversas vezes durante a noite e os despertares costumam ser acompanhados por movimentos do corpo)
- ronco alto e interrompido, pausas na respiração, tosse e engasgo durante o sono
- depressão e redução de libido (a falta de sono interfere na produção e no aproveitamento de alguns hormônios)
- esquecimento e falta de concentração (é durante o sono que o cérebro consolida a memória)
- irritabilidade
- cefaleia matinal
A relação da apneia com outras doenças pode ser explicada de várias formas. “Um dos aspectos é que, quando a pessoa dorme mal, seu sistema nervoso fica hiperestimulado, lança mais adrenalina e isso provoca o aumento da pressão”, descreve o cardiologista Rodrigo Pedrosa, do Instituto do Coração (Incor). Estudos mostram que 60% das vítimas de AVC (derrame) têm apneia do sono, o que dá uma ideia das consequências nefastas do problema para o organismo

Tratamento

A forma de tratar a apneia varia conforme a gravidade do caso. Perder peso, deixar de dormir com a barriga para cima e evitar o álcool ajudam bastante, mas nem sempre as medidas são suficientes. Para certos pacientes, a indicação é de um aparelho oral, feito pelo dentista, que posiciona melhor a mandíbula e a língua durante o sono. A cirurgia também pode ser necessária, mas tem sido cada vez menos indicada por seu caráter invasivo e resultados nem sempre satisfatórios. Já os casos mais graves exigem o uso de máscaras, chamadas de CPAPs, que emitem uma corrente de ar contínua.



Até começar a trabalhar para um fabricante de equipamentos para apneia, o analista de sistemas Marco Rossi nem desconfiava que tinha o problema. Quando leu sobre o assunto, viu que os sintomas eram conhecidos e decidiu fazer um exame de polissonografia. O resultado assustou: ele chegava a ter 48 pausas por hora e, em alguns momentos, ficava até 30 segundos sem respirar.
A ideia de dormir com uma máscara pode ser aterrorizante, mas Rossi garante que em poucos dias o usuário nem se dá conta de que está usando. Ele conta que sentiu muito incômodo no início, mas logo se adaptou. Depois de dez dias ele já se recusava a ficar sem o aparelho, mesmo ao viajar, porque o impacto na qualidade de vida era marcante: “A sonolência e a irritabilidade sumiram, o rendimento no trabalho aumentou e até a convivência com a minha a mulher ficou melhor”, comemora.
Quem desconfia de apneia deve procurar um pneumologista, ou, de preferência, um especialista em medicina de sono. Geraldo Lorenzi Filho, do Laboratório do Sono do Incor, explica que a área ainda é recente no país, por isso muitos clínicos não têm informação e o problema é subdiagnosticado. “Médico tem dificuldade de aprender o que ele não viu na faculdade”, brinca.
Outra questão delicada é que, mesmo após a publicação de inúmeros estudos que comprovam os riscos de não se tratar a apneia, o Sistema Único de Saúde (SUS) e os convênios médicos continuam sem custear as máscaras. Ou seja: além de ouvir do médico que terão de dormir com o apetrecho, os pacientes precisam pagar de R$ 1.200 a R$ 4.000 pelo equipamento, ou alugá-lo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Cientistas dizem estar perto de criar "tradutor" de choro de bebês

Um grupo de cientistas japoneses desenvolveram um programa de computador capaz de analisar o choro dos bebês. Por enquanto, o sistema consegue diferenciar o choro decorrente de alguma dor dos demais tipos.
Os pesquisadores acreditam que, em breve, o tradutor do choro dos bebês poderá dizer aos pais se seus filhos então com sono, fome, precisando trocar de fralda ou com dor.
Nos resultados divulgados na mais recente edição do International Journal of Biometrics, os japoneses afirmam que conseguiram um índice de 100% de acerto em seus testes para diferenciar quando o bebê chora porque está com dor de quando chora por outras razões.
Para conseguir isso, o sistema desenvolvido analisa a frequência e a potência do choro para classificá-lo.
Apesar de estarem usando uma grande estrutura de computadores para realizar a análise, os cientistas acreditam que a técnica poderá ser implantada em monitores portáteis ou até mesmo aparelhos de celular.
A empresa te tecnologia espanhola Biloop já havia lançado em novembro do ano passado um ("Tradutor de choro", em inglês). Segundo a empresa, os testes teriam comprovado que o programa acerta 96% das vezes, mas nem todos os consumidores concordaram.
Tomomasa Nagashima, professor do Instituto de Tecnologia Muroran, em Hokkaido, no Japão, e um dos líderes do projeto, diz que a tentativa de ajudar os pais a interpretar o choros dos bebês realmente não é nova, mas que os monitores do futuro poderão traduzir o choro dos bebês para que os pais saibam o que significa com absoluta certeza