quinta-feira, 31 de agosto de 2017

EUA aprovam 'droga viva', 1ª terapia contra câncer que reestrutura sistema imunológico do paciente

A companhia Novartis cobra US$ 475 mil (R$ 1,5 milhão) pela terapia da "droga viva", que deixa 83% das pessoas livres de um tipo de câncer no sangue.
A droga é fabricada sob medida para cada paciente, ao contrário de terapias convencionais contra o câncer, como a cirurgia e a quimioterapia.

Chama-se CAR-T e é feita a partir da extração de leucócitos - glóbulos brancos - do sangue do próprio paciente.
Os leucócitos são então geneticamente reprogramados para serem capazes de buscar e matar o tumor.
As células modificadas são, então, reinseridas no paciente e, quando encontram o alvo, se multiplicam.
'Extremamente emocionante'
Scott Gottlieb, do FDA, afirmou: "Estamos entrando numa nova fronteira na inovação médica com a habilidade de reprogramar as células do próprio paciente para atacar um câncer mortal".
"Novas tecnologias tais como as terapias genéticas e celulares têm o potencial de transformar a medicina e criar um ponto de inflexão em nossa capacidade de tratar e até curar muitas doenças intratáveis".
A terapia, que será comercializada pelo nome Kymriah, será usada contra a leucemia linfoblástica aguda.
A maioria dos pacientes responde à terapia tradicional, e o Kymriah foi aprovado para o caso de doentes que não respondem ao tratamento.
Stephan Grupp, que tratou da primeira criança com o CAR-T no Hospital das Crianças na Filadélfia, diz que a nova terapia respondeu de forma "extremamente emocionante".
"Nunca tínhamos visto algo assim antes", acrescentou.
O primeiro paciente a se beneficiar do tratamento chegou perto de morrer, mas está livre do câncer há mais de cinco anos.
Dos 63 pacientes tratados com a terapia CAR-T, 83% entraram em remissão em um prazo de três meses, e informações de longo prazo ainda estão sendo coletadas.
No entanto, a terapia tem riscos. Ela pode causar a síndrome da liberação de citocinas, uma condição grave causada pela rápida proliferação das células CAR-T no corpo. Ela pode ser controlada com o uso de drogas.
Nova era
Mas o potencial tecnológico do CAR-T vai além de apenas um tipo de câncer.
David Maloney, diretor médico de imunoterapia celular do Centro de Pesquisa de Câncer Fred Hutchinson, afirmou que a decisão da FDA foi um "marco".
"Acreditamos que este é apenas o primeiro de vários novos tratamentos com base em imunoterapia para uma variedade de tipos de câncer".
A tecnologia CAR-T se mostrou promissora contra diferentes tipos de câncer sanguíneo.
No entanto, ela não tem apresentado resultados tão promissores contra "tumores sólidos" como o câncer de pulmão ou de pele.
"Os resultados não foram tão incríveis quando você o compara com o da leucemia linfoblástica aguda, mas tenho certeza que a tecnologia irá melhorar num futuro próximo", afirmou Prakash Satwani, um oncologista pediátrico da Universidade Médica de Columbia, nos Estados Unidos.
Estimular o sistema imunológico já é uma das estratégias básicas dos tratamentos modernos de câncer.
Uma variedade de drogas que "retira o freio" do sistema imunológico para fazê-lo atacar o tumor já vem sendo adotada ao redor do mundo.
A tecnologia CAR-T, que dá um passo adiante e reestrutura o sistema imunológico, está num estágio mais inicial.
Peter Johnson, o diretor médico da ONG Cancer Research UK, afirmou: "A primeira terapia celular geneticamente modificada a ser aprovada pelo FDA é um importante avanço".
"Ainda temos muito a aprender sobre como usá-la com segurança e sobre quem pode tirar proveito dela, então é importante reconhecer que este é apenas o primeiro passo."
A agência reguladora de medicamentos do país - a FDA - diz que a decisão foi um momento "histórico" e que a medicina agora "entra em uma nova fronteira".

Estudo diz que o odor tem um efeito sobre a atração que exercem sobre o sexo oposto.

 Não são poucos os estudos que destacam os benefícios para a saúde de se comer frutas e verduras. Mas uma nova pesquisa traz um argumento a mais em favor dos alimentos saudáveis: os homens ficam mais atraentes.

"Sabemos há bastante tempo que o cheiro é um componente importante da atração, especialmente para as mulheres", disse Ian Stephen, autor da pesquisa, à rádio americana NPR.
Do ponto de vista evolutivo, o cheiro que emana da transpiração é um sinal sobre o estado de saúde do indivíduo e isto pode influenciar na atração que uma pessoa exerce sobre outra.
Carboidratos são menos atraentes
Para colocar em prova a hipótese, Stephen e sua equipe recrutaram um grupo de 43 homens entre 18 e 30 anos, e avaliaram primeiro a cor de sua pele.
A cor, dizem pesquisadores, reflete os alimentos que consumimos, já que quando comemos vegetais coloridos, nossa pele têm tons mais próximos dos carotenoides, que são os pigmentos que dão aos alimentos sua cor vermelha, laranja e amarela.
 Repor a mesada sempre que ele ficar sem dinheiro

O maior benefício da mesada, para crianças e adolescentes, é ensinar a controlar o próprio dinheiro. Porém, se toda vez que o dinheiro acabar antes da data combinada, o pai liberar uma verba extra, não haverá aprendizado. No entanto, se o jovem fica frequentemente sem dinheiro no meio do mês, vale repensar se a quantia oferecida está de acordo com os gastos que ele faz. Outra alternativa para contornar o problema é mudar o período de pagamento da mesada. Em vez de uma vez por mês, os pais podem liberar o dinheiro semanalmente, até que o filho aprenda a se controlar.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Brasil anuncia teste da vacina contra zika em humanos

Depois de resultados promissores em ratinhos e primatas, o Instituto Evandro Chagas, sediado no Pará, anuncia que vai começar testes da vacina contra zika em seres humanos.
A informação foi divulgada na XIX Jornada Nacional de Imunizações, da Sociedade Brasileira de Imunizações, em São Paulo, na semana passada.
O Instituto Evandro Chagas está desenvolvendo a vacina em parceria com a Universidade do Texas e com apoio da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde no Brasil.

“As iniciativas com a vacina de zika estão andando mais rápido porque não foram identificados outros sorotipos do vírus, como é na dengue. Com isso, a complexidade é menor”, disse ao G1 Consuelo Oliveira, pesquisadora clínica do Instituto Evandro Chagas.
Os resultados em camundongos já foram publicados em julho na revista científica “Cell Reports”.
Já os resultados em primatas também foram promissores, mas ainda não foram publicados em revista científica e, por esse motivo, não estão sendo divulgados.
Consuelo garante, no entanto, que os resultados foram positivos em ambos os testes.
Os testes
No estudo em camundongos, 46 cobaias foram testadas. Metade recebeu o imunizante e o restante recebeu uma “vacina falsa”.
Nessa primeira fase do estudo, camundongos que receberam o imunizante apresentaram anticorpos contra o vírus zika.
Já na segunda fase do estudo, após o acasalamento das fêmeas, pesquisadores observaram que o vírus da zika sequer chegou até a placenta – o que trouxe a expectativa de que a vacina pode proteger o grupo mais vulnerável ao vírus: as mulheres em idade fértil, exatamente o grupo definido pela OMS como prioritário para receber a vacina.
“O que foi interessante é que, nas cobaias não vacinadas, vimos que o vírus fez o mesmo percurso observado em humanos. A placenta com déficit de nutrição, os bebês nascendo pequenos, as malformações…”, explica Consuelo.
Pesquisas no mundo
Ao todo, há 41 iniciativas no mundo em busca da vacina, diz Consuelo.
São várias as estratégias: há testes com vírus enfraquecido, com o vírus inativado (ou seja, morto) e com a vacina de DNA — quando apenas o material genético é introduzido no imunizante.
O Instituto Butantan, que fica no bairro do Butantã, em São Paulo, também faz análises preliminares com uma vacina pentavalente — que deverá ser usada contra todos os sorotipos da dengue e também contra o vírus zika.
Em humanos
Durante este ano o Instituto Evandro Chagas está desenhando como será o teste em humanos, marcado para começar em 2018.
Com informações do G1