Segundo a Dra Jordanna Andrade, a causa mais comum de lacrimejamento no primeiro ano de vida é a obstrução das vias lacrimais. Acomete de 4-6% dos recém nascidos, uni ou bilateral , e tem, a maioria, resolução espontânea ou com massagem.
A principal causa de obstrução é a persistência de uma membrana na região da válvula de Hasner, no local de abertura do ducto nasolacrimal, na cavidade nasal (figura). Outras anomalias como estreitamento do canal, espículas ósseas, presença de válvulas ou outras membranas podem ocorrer mais raramente.
A lágrima não chegando ao nariz, enche o saco lacrimal e escorre pelos olhos. O acúmulo de impurezas lavadas pela lágrima, algumas vezes, pode levar a infecções e formação de secreção purulenta. Lacrimejamento crônico associado á secreção e sem olho vermelho é muito sugestivo de obstrução das vias lacrimais.
O tratamento é a princípio conservador, já que aproximadamente 90% dos casos apresentam resolução espontânea. É importante enfatizar os cuidados com a higiene, removendo a secreção em excesso, além da massagem.
A sondagem e irrigação do ducto nasolacrimal devem ser realizadas quando não ocorre resolução espontânea. A época da realização da sondagem é um assunto controverso, sendo proposto entre 6 e 14 meses, com sucesso em aproximadamente 90-95%. Quando persiste a obstrução após a sondagem, pode ser realizada uma segunda e até terceira sondagem, embora a entubação do ducto nasolacrimal com tubo de silicone esteja indicado. Esta sonda de silicone permanece por aproximadamente 6 a 8 semanas e pode ser removida no consultório, sem sedação.
Para os casos mais raros, onde não houve resolução da obstrução com a sondagem e/ou entubação da via lacrimal está indicado a dacriocistorinostomia
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